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Desvendando o universo do audiovisual "teen" com Nina Tomsic

Updated: Jun 18, 2024


Foto da atriz Nina Tomsic na série "A Vida Pela Frente".


Confira a entrevista exclusiva com uma das atrizes mais promissoras dessa geração

Por Luana Murakami


O sucesso do conteúdo adolescente no audiovisual transcende o mero entretenimento, representando uma fascinante interseção entre as preferências do público, as dinâmicas culturais em evolução e as transformações sociais que influenciam a experiência juvenil.


Desde os clássicos filmes românticos dos anos 2000, como "10 Coisas que eu Odeio em Você", que deixaram sua marca na cultura pop, moldando os ideais românticos de uma geração , até as produções televisivas contemporâneas como "HeartStopper", que abordam sensivelmente questões de identidade e sexualidade, oferecendo uma representação positiva de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, podemos observar uma constante renovação e adaptação para capturar a essência da juventude em todas as suas nuances e continuar despertando a atenção de seu público-alvo.


Reconhecendo o enorme potencial do público adolescente e jovem adulto, a Netflix passou a investir consideravelmente nesse nicho, especialmente ao perceber o sucesso já consolidado desse tipo de conteúdo na literatura e no cinema. Títulos de grande audiência como "Stranger Things", "Elite" e "Sex Education" não apenas conquistaram os espectadores mais jovens, mas também evidenciaram o vasto potencial artístico e comercial desse segmento, encorajando a plataforma de streaming a continuar explorando novas narrativas cativantes para seus assinantes, que buscam se identificar com o que está assistindo.


Para mergulhamos mais profundamente nesse universo complexo, entrevistamos a atriz carioca de 23 anos, Nina Tomsic. Nina fez sua estreia nas telas como Mari na série "Filhas de Eva" (Globoplay), além de interpretar a adolescente solitária Ingrid na novela das 19h "Quanto Mais Vida, Melhor!" (Globoplay) e protagonizar "A Vida Pela Frente" (Globoplay) como a encantadora Liz.


Ao ser questionado sobre a importância das obras direcionadas ao público adolescente na indústria audiovisual, Nina compartilhou sua visão:



 

Durante o processo de criação desses projetos, priorizar a responsabilidade é essencial. Os profissionais da área têm o compromisso ético de avaliar minuciosamente o impacto de suas obras, principalmente quando abordam temas delicados como saúde mental, sexualidade, violência e identidade. Em 2017, o lançamento da série "13 Reasons Why" desencadeou inúmeros debates significativos na mídia e na comunidade médica. Adaptada do livro homônimo de Jay Asher, conhecemos a história de Hannah Baker, uma adolescente que comete suicídio e deixa para trás uma série de fitas cassete explicando as razões que a levaram a tomar essa decisão.


A trama aborda questões delicadas como bullying, agressão sexual, isolamento social e saúde mental, envoltos nos intricados relacionamentos dentro de um ambiente escolar. No entanto, a representação gráfica e intensa do suicídio de Hannah e de outras cenas traumáticas levantaram preocupações sobre os possíveis impactos negativos na saúde mental dos espectadores, especialmente os jovens.



    Trailer oficial da série da Netflix "13 Reasons Why"

  

Baseada nas suas vivências como atriz do gênero, a entrevistada contou como ela acredita que as séries de conteúdo "teen" podem abordar temáticas importantes de forma responsável:

"Acho que para ser responsável, é necessário retratar o adolescente por inteiro, não adianta pintar a adolescência como uma fase que todos são lindos e colocar atores de 30 anos para fazerem pessoas de 17, quando não é assim. A adolescência é feia, é estranha, tem espinhas, tem crescimento precoce e uns hormônios loucos. Então, é preciso botar gente que reflita a realidade, porque se não você cria um público que cresce com uma referência do que deveria ser, mas que não existe. "

Retratar a adolescência de forma realista é crucial devido ao papel significativo que filmes, principalmente desse tipo, desempenham na influência sobre os espectadores. Quando produções cinematográficas mostram os desafios, as alegrias e as complexidades da adolescência de maneira legítima, eles se transformam em espelhos da vida real.


Logo, quando os personagens refletem a diversidade, seja étnica, racial ou de gênero, o público têm a oportunidade de se identificar e se conectar emocionalmente com essas narrativas. Isso é particularmente importante para aqueles que pertencem a grupos minoritários e muitas vezes se sentem marginalizados pela falta de representação na mídia.


Além dessa representatividade oferecer novas perspectivas e enriquecer o entendimento sobre diferentes culturas, realidades e experiências de vida. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos têm a oportunidade de se ver refletidos e de contribuir para um mundo mais tolerante.


"A arte tem o poder de fazer as pessoas pensarem em coisas e até desejarem coisas que elas nunca acharam que fosse possível desejar. Então, uma série, uma novela... Imagine uma novela para uma pessoa que mora num lugar que não tem acesso à internet, mas tem televisão a cabo, e ela pode ver uma adolescente que parece com ela. Não sei o quão poderoso é ela poder sonhar com o que ela não conhece. Eu acho que é isso, não só a adolescência, mas qualquer série, qualquer conteúdo cultural, tem o poder de influenciar a vida de uma pessoa", - Afirma Nina Tomsic.



 
 
 

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